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Lula arma golpe cinematográfico, que se vingar, pode valer o Oscar

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Diogo Mainardi já desistiu. Prefere ver Veneza afundar do que contemplar aquilo que já afundou há muito tempo, conforme prenunciou. O golpe é de mestre.

Em um país onde tudo é faz de conta, Lula ainda abusa da sua versão de malandro da opinião pública. Depois de ver Maduro cair de tentar amadurecer mais no pé da mentira bolivariana, ver seu amiguinho querido e, dizem, sócio, Evo Morales encurralado e Cuba abrir as pernas para Obama, Lula agora vai para o tudo ou nada.

A população brasileira, incauta, que ele elegeu sabidamente como eleitora, e que não poderá enxergar o que acontece de fato, está mais pobre depois de comprar merrecas de televisores e refrigeradores em bolsas indecentes. O pobre não vai ter como pagar.

Lula precisa ganhar tempo. Que se dane a Dilma, soldada desertora que não cumpriu ordens do senhor dos aneis. O pingo d´água foi a chefona tresloucada bancar a permanência de Joaquim Levy no posto de ministro da Fazenda em desfavor de Henrique Meirelles, mandado por Lula para assumir o cargo.

Dilma diz em público que o cargo é dela, orientada por amadores, mas sabe que não é. Fez acordo com o demônio. O demônio está entregando a fatura e mostrando que é capaz de tudo, inclusive de fazer acordos com o PMDB, PSDB, DEM e quaisquer outros que desejem uma oportunidade de sentar na principal cadeira do Planalto.

A encenação dá asco: nesta segunda, 7, Lula publicamente declarou apoio a Dilma, convocou a CUT para declarar a mesma coisa. Por trás, já negociou com Michel Temer e Eduardo Cunha o impeachment de Dilma. Está tudo certo, fatiado, loteado, legalmente engendrado. Qualquer idiota pode perceber que a manobra está no colo.

Existe fundamento jurídico endossado por nomes como Hélio Bicudo e Miguel Reale, que ingenuamente, acreditam os brasileiros, forneceram munição legal. Da forma que Lula queria. Os trinta juristas que Dilma reuniu por orientação de algum idiota para fazer contraponto foi a pior ideia que poderia ter insurgido contra Lula (pode ter sido até ideia dele), com quem ela está lutando há muito tempo.

Se Dilma assumisse a sua real situação de refém, denunciasse o seu mentor, revelasse ao Brasil o que de fato está ocorrendo, seria muito mais útil do que manter sua postura de quem não gosta de delatores.

Que conceito sobre o tema tem essa mulher? Ou ela parou no tempo, ou acha que faz parte definitivamente de uma quadrilha e que não pode revelar nada, ainda que seja vítima ameaçada da gangue mesmo sob tortura. Vai deixar a impressão de que acha que a vida humana é menor do que os seus compromissos com o crime organizado – melhor organizado agora do que no seu tempo de guerrilha – e liderado por seus parceiros e agora inimigos.

Nada disso a população enganada pelos planos sociais é capaz de perceber. Lula percebe isso. Deita e rola. Michel Temer acredita que Lula ainda tenha influência sobre a mazela, e que o PMDB, afinal, poderá chegar ao poder, depois de concluir que jamais seu partido elegeria um presidente da República pelo voto.

Seu partido está babando. A futura primeira-dama, afinal será primeira-dama, um sonho. Tudo poderá gerar um folhetim surreal.

As vísceras do Brasil estão expostas.

Uma mulher que não obedeceu seu mandatário; um mandatário que nunca levou porrada da ditadura nem choque nos testículos e que dormia no sofá dos generais ouvindo orientações; um partido de conveniência que tem dois presidentes, um na Câmara e outro no Senado, aguardando prisão.

O Brasil é muito doido. Se o Brasil fosse, de fato, mais doido ainda, capaz de usar as mesmas armas escusas, faria um levante a favor de Dilma. Desde que ela nunca mais olhasse para a cara da maior mentira que a ignorância coletiva produziu nos últimos anos.

Mas ela considera um nojo a delação, ainda que não premiada, ainda que humanitária. Então, dessa vez, vão os dedos e vão os anéis. Será que a imprensa, os intelectuais, os decentes, os morais, vão embarcar no “fora Dilma” assim, simplesmente assim?

É tudo o que Lula quer. Basta um pequeno apoio coletivo para que a maior arma contra a mentira volte a ser a guerrilheira de outros tempos. Contra um colegiado que destruiu o Brasil.

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