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Maria Vai Casoutras esquenta folia sem água das chuvas no pré-carnaval dos brasilienses

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Mariana Branco

Após a chuva forte que castigou no sábado (23) os foliões do bloco Suvaco da Asa, neste domingo (24) os brasilienses tiveram uma trégua. Sem água e sem lama, todos puderam curtir o som da percussão da banda Maria Vai Casoutras, na Quadra 201 Norte, zona central de Brasília, onde funcionará a Praça dos Prazeres, nos dias de folia. Às 17h30, a Polícia Militar estimava 2 mil pessoas no local.

Formada só por mulheres, a Maria Vai Casoutras traz novas versões para músicas nacionais e internacionais consagradas, além de tocar clássicos do samba e axé. No pré-carnaval deste domingo, o repertório agradou a um público de crianças e adultos, que dançaram ao som de incluía canções de Xuxa e do Balão Mágico, marchinhas tradicionais de carnaval, sucessos do axé e até do pop internacional.

Segundo Almére Falcão, uma das integrantes da banda, a proposta é “passar um pouquinho por cada ritmo”. Ela disse que a Maria Vai Casoutras levanta a bandeira do protagonismo feminino e está à frente de um projeto social para mulheres, envolvendo oficinas de arte. “A gente tem um projeto chamado Projeto Mais, que atende a mulheres em situação de vulnerabilidade”, informou.

A integrante da banda, que existe desde 2012, considera positivo o fato de o governo do Distrito Federal ter convidado os blocos de rua para debater sobre como seria a organização do carnaval deste ano. No entanto, Almére defende a continuidade desse diálogo a fim de melhorar pontos da atual Lei do Silêncio. “A lei, do jeito que está hoje, é impraticável”, afirmou.

A Lei do Silêncio do Distrito Federal não flexibiliza os decibéis permitidos nos dias de Carnaval e tem sido criticada por representantes da cena cultural da cidade. Além da questão do volume da música, os blocos que se apresentam perto de áreas residenciais receberam autorização para festejar somente até as 22h.

No caso do Suvaco da Asa, bloco tradicional do Cruzeiro, bairro da capital federal, a grande concentração de foliões fez com que o governo transferisse a festa para a área próxima da Fundação Nacional das Artes (Funarte), no Eixo Monumental, que fica longe de casas e apartamentos.

Enquanto os foliões dançavam ao som da Maria Vai Casoutras, a polêmica, vez ou outra, era o assunto de várias rodas. A servidora pública Susa Danielle Vieira, de 36 anos, levou a filha Alice, de 2 anos, para brincar o carnaval. Amante da festa popular, ela disse, porém, que compreende quem quer tranquilidade.

“Tento entender os dois lados. O Suvaco passava na porta da minha casa. Não me incomodava, porque eu também estava na folia. Mas entendo quem se incomodava. Colocar [o bloco] na Funarte acho que foi uma boa solução”, opinou. Ela aprovou a trilha sonora deste domingo. “A informação que eu tive é que era um grupo de percussão feminina. Cheguei com a Alice e elas estavam tocando várias músicas infantis. Achei legal. Já a levei em outros blocos, como o Baratinha [bloco infantil]”, contou.

A massoterapeuta Elaíde da Silva Nogueira, de 42 anos, não tem tanta boa vontade com as regras a favor do silêncio. “Achei um absurdo, ridículo. Acho que deveria flexibilizar as regras. Brasília está ficando chata, não se pode fazer mais nada”, comentou ela, que pula carnaval todos os anos. “Ontem, eu estava na escolha da marchinha do Pacotão [bloco de rua fundado por jornalistas]”, disse.

Naturais de Teresina, mas moradoras do DF há alguns anos, as amigas Antônia Maria Pereira, secretária, de 30 anos, e Rosita Nunes de Oliveira, doméstica, de 48, afirmam que o carnaval local não deixa a desejar em relação ao da cidade nordestina. “As pessoas falam que Brasília é parada, mas eu acho muito bom [o carnaval da cidade]”, disse Rosita. “A cada ano aumenta o número de blocos”, acrescentou Antônia.

Agência Brasil

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