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‘O petróleo é nosso’ terá sotaque estrangeiro com venda de ativos da Petrobras

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Marta Nobre, com Agências

“O petróleo é nosso”, frase assim, aspeada, que ganhou as ruas de todo o País no governo Getúlio Vargas,  vai passar em grande parte para mãos estrangeiras. Isso se for confirmada a decisão da Petrobras de vender cerca de 15 bilhões de ativos no próximo ano.

A mudança de mãos – não da logomarca, mas de bens e serviços – foi reiterada nesta terça-feira, 15, em entrevista do presidente da Petrobras Aldemir Bendine. Segundo ele, é o caminho para redução no endividamento da companhia.

Bendine admitiu que não havia grandes expectativas para a realização de desinvestimentos significativos neste ano, já que 2015 seria uma fase de estruturação e seleção dos ativos que poderiam ser negociados.

“Eu posso garantir a vocês que, em relação a 2016, eu acho que esse cumprimento daquilo que está estabelecido virá em velocidade maior do que se imagina, a gente não tem a mínima dúvida de que nós cumpriremos esses valores de desinvestimentos para 2016”, afirmou ele, em encontro de fim de ano com jornalistas no Rio de Janeiro.

A Petrobras tem plano de desinvestimentos de US$ 15,1 bilhões no biênio 2015-16, tendo realizado volumes relativamente pequenos neste ano.

Segundo Bendine, as condições para a venda de ativos estão dadas, considerando “as negociações em andamento”.

Valorização do dólar – Ele destacou que a companhia terá sim um “grande desafio do equacionamento da dívida da empresa, que tem como caminho o desinvestimento”. Segundo o executivo, a melhoria de eficiência da empresa não será suficiente para trazer a dívida para um valor mais confortável.

O presidente lembrou que a atual gestão da Petrobras, que assumiu há cerca de 10 meses, está buscando a melhoria do perfil da dívida e também trouxe o caixa para condições mais confortáveis.

Para o executivo, a empresa vai continuar no trabalho de captação de linhas mais atrativas, “reperfilando” sua dívida. Ele não entrou em detalhes ao falar sobre o assunto.

A empresa melhorou seu nível de alavancagem ao final do terceiro trimestre, apesar do crescimento da dívida, principalmente devido à desvalorização do real ante o dólar. A dívida na moeda norte-americana é de cerca de US$ 130 bilhões.

De acordo com ele, o caixa da petroleira hoje está robusto para cumprir compromissos assumidos para 2016 e enfrentar sobressaltos não esperados.

“A gente recebeu por parte do mercado um voto de confiança muito grande, nós antecipamos todas as captações possíveis para o ano, isso nos deu uma condição muito tranquila para passar o ano de 2015 e já deixar o ano de 2016 em uma situação completamente encaminhada”, afirmou Bendine.

Plano de negócios – Ao fazer um balanço sobre sua gestão até agora, Bendine frisou não ter dúvida de que o que foi planejado está ocorrendo “exatamente” como previsto.

“O plano de negócios que a gente deve apresentar no início do ano, mais atualizado e mais maduro, fazendo frente a essa nova realidade que o mercado nos impôs, mostrará muito isso”, disse, destacando que os caminhos escolhidos por sua gestão estão corretos e não haverá grandes alterações de rota.

O presidente admitiu que a empresa atravessa desafios relacionados a “malfeitos” do passado e também aos baixos preços do petróleo no cenário internacional.

De acordo com Bendine, a empresa sairá “muito mais madura e fortalecida” do atual momento.

“Esperem uma empresa daqui a quatro anos de volta a um cenário positivo. Será uma empresa talvez menor do que ela já foi, mas, com certeza, muito mais rentável e uma empresa com uma capacidade operacional muito melhor”, frisou.

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