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PIB em baixa e IPCA em alta. Números do Focus para 2016 tensionam a economia

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Célia Froufe

Com um resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre do ano um pouco pior do que o imaginado para o terceiro trimestre, o Relatório de Mercado Focus desta segunda-feira, 7, trouxe mais ajustes para as expectativas em torno dos dados de atividade do País. De acordo com o documento divulgado pelo Banco Central, a perspectiva de retração da atividade do ano que vem passou de 2,04% para 2,31%. Há um mês, a mediana das projeções estava em -1,90%.

Para 2015, a perspectiva de contração avançou de 3,19% para 3,50% – um mês antes estava em queda de 3,10%. No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, o BC revisou de -1,1% para -2,7% sua estimativa para a retração econômica deste ano. Uma nova edição desse documento será divulgada até o Natal.

No caso da produção industrial, a mediana das expectativas para 2015 saiu de -7,50% para -7,60% – um mês antes estava em -7,40%. Para 2016, passou de -2,30% para -2,40%. Há quatro semanas, estava em -2,00%.

Já na relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB de 2015, a projeção dos analistas passou por um leve ajuste, saindo de 35,50% para 35,55% – quatro edições antes estava em 35,80%. Para 2016, a taxa foi mantida em 40,00% pela segunda semana seguida – um mês antes estava em 39,60%.

Superávit comercial – O Relatório Focus revelou uma queda das estimativas dos analistas para a balança comercial de 2016. O ponto central da pesquisa passou de US$ 31,68 bilhões para US$ 31,44 bilhões – quatro edições atrás do documento, estava em US$ 29 bilhões. No caso de 2015, a mediana das previsões foi mantida em US$ 15 bilhões de uma semana para outra. Quatro boletins atrás, estava em US$ 14,60 bilhões.

As previsões de déficit para a conta corrente de 2015 caíram, passando de US$ 64,70 bilhões para US$ 64,40 bilhões – um mês antes estava em US$ 65 bilhões. Para 2016, a perspectiva de saldo negativo foi mantido em US$ 39,68 bilhões – um mês antes estava em US$ 42,55 bilhões.

Nos últimos meses, segundo participantes, os analistas tentam reestimar as projeções levando em consideração a mudança de metodologia da nota do setor externo, em abril. A mediana das previsões para o novo Investimento Direto no País (IDP) saiu de US$ 62,80 bilhões para US$ 62,60 bilhões para 2015 pela terceira semana seguida. Um mês atrás, estava em US$ 62,30 bilhões. Para 2016, caiu de US$ 58 bilhões para US$ 57 bilhões. Quatro semanas atrás, estava em US$ 60 bilhões.

IPCA em alta – Já a mediana das projeções para o IPCA do ano que vem voltou a subir após uma semana de estabilidade em 6,64% no Relatório de Mercado Focus. Agora, a taxa está em 6,70% ante 6,47% de quatro semanas atrás.

No caso de 2015, a mediana avançou de 10,38% para 10,44%, registrando a 12ª semana consecutiva em que há alta das estimativas para esta variável. Há quatro edições do documento, a mediana estava em 9,99%. No Top 5 de 2015, o ponto central da pesquisa passou de 10,56% para 10,61%. Há quatro semanas, essa mediana estava em 10,16%. Para 2016, o grupo dos analistas que costumam acertar mais as estimativas, manteve a perspectiva para o IPCA em 7,07%. Quatro edições atrás do boletim Focus, estava em 6,98%.

No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, o BC havia apresentado estimativa de 9,5% para este ano tanto no cenário de referência quanto no de mercado. Pelos cálculos da instituição revelados no RTI, o IPCA para 2016 subiu de 4,8% para 5,3% no cenário de referência e passou de 5,1% para 5,4% no de mercado. Na ata do Copom mais recente, o BC informou que suas projeções subiram ainda mais tanto no cenário de mercado quanto no de referência. Um novo RTI será divulgado antes do Natal.

Para a inflação de curto prazo, a estimativa para novembro subiu de 0,87% para 0,90% de uma semana para outra ante taxa de 0,62% verificada há um mês. No caso de dezembro, a taxa permaneceu em 0,85%. Quatro semanas atrás estava em 0,71%. Já as expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente voltaram a cair, passando de 7,08% para 6,99% – quatro edições atrás estavam em 6,70%.

Preços administrados – As projeções do mercado financeiro para os preços administrados de 2015 e 2016 subiram mais uma vez. De acordo com o Relatório Focus, a mediana das expectativas para este ano avançou de 17,50% para 17,65% de uma semana para outra. Estava em 17,00% quatro edições atrás do documento. Para 2016, a mediana das estimativas para os preços administrados avançou de 7,08% para 7,35%. Há um mês, a mediana das estimativas para essa variável estava em 6,95%.

Em sua última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central voltou a revisar para cima sua projeção para os preços administrados de 2015 e 2016. Pelos cálculos do colegiado, o avanço será de 17,7% este ano, e não mais de 16,9% como constava na edição anterior. Para 2016, a diretoria prevê taxa de 5,9% ante variação de 5,8% apresentada na ata anterior.

Para estimar a elevação desses itens, o BC considerou uma alta de 52,3% da tarifa de energia elétrica este ano – na edição anterior, a previsão era de 51,7%. A diretoria também levou em conta a hipótese de elevação de 17,6% do preço da gasolina (antes estava em 15%) e de alta de 21,7% do preço do botijão de gás, substituindo a taxa de 19,9%.

IGP-DI – As previsões para o IGP-DI de 2015 passaram agora da marca de 11% no Relatório Focus. A mediana para o indicador deste ano subiu de 10,91% para 11,04% – um mês atrás estava em 10,44%. No caso do IGP-M de 2015, a taxa mediana subiu de 10,77% para 10,80%, bem acima da expectativa apresentada um mês atrás, que era 9,96%.

Para 2016, a previsão central da pesquisa Focus para o IGP-DI saiu de 6,15% para 6,17% – quatro semanas atrás, estava em 6,00% Em relação ao IGP-M, o ponto central da pesquisa avançou de 6,30% para 6,43% – quatro edições anteriores estava em 6,01%.

A estimativa para o IPC-Fipe, que mede a inflação para as famílias de São Paulo, disparou de 10,32% para 10,77% de uma semana para outra para o horizonte de 2015 – um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de 10,16%. Para 2016, no entanto a expectativa caiu de 5,46% para 5,27% – estava em 5,09% um mês atrás.

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