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Insegurança

PM do DF fica ao Deus dará e só comanda no espelho

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Zildenor Ferreira Dourado

Em audiência pública realizada nesta quinta-feira (22), no plenário da Câmara Legislativa, policiais militares e representantes de conselhos de segurança do DF reclamaram da restruturação administrativa na Polícia Militar, por meio do decreto nº 37/321. Segundo eles, o decreto mudou o sistema de comando e de atendimento, sem diálogo com os profissionais que atuam nas cidades. A iniciativa do debate foi do deputado Rafael Prudente (PMDB).

Ao abrir o evento, o peemedebista explicou ter decidido discutir o assunto após ter ouvido, nos batalhões e nas ruas, diversas queixas de policiais militares – incluindo oficiais – sobre o modo como o decreto foi implementado. “Sabemos que o efetivo da PM está muito abaixo do esperado, mas isso não justifica a falta de diálogo com a corporação. Nada justifica, por exemplo, o policial militar ficar o dia inteiro numa delegacia para registrar um flagrante”, afirmou.

O distrital lamentou a ausência da secretária de Segurança Pública no debate. Disse que ela está “na praia da Costa Rica”. E também condenou a não-participação do comandante da PM coronel Nunes. Prudente analisou a crise estrutural do sistema no atendimento à população e o aumento da violência , além de ter criticado as dificuldades de gestão provocadas pela edição do decreto nº 37/321. “Os comandantes da PM perderam 100% da liderança em relação aos comandados”, disse.

O subsecretário de Integração e Operações de Segurança Pública, João Batista Maia, reconheceu problemas enfrentados na implantação das medidas previstas no decreto. “As mudanças sempre acarretam adaptações difíceis. Mas o que pretendemos é aumentar o efetivo da PM nas ruas”, advertiu.

O presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar do DF, coronel Rogério Leão, concentrou suas críticas na falta de diálogo com a corporação, antes da adoção das medidas administrativas. Ele disse que, com o novo sistema, quebrou-se o elo entre os comandantes de batalhões, seus liderados e os moradores das cidades. E defendeu a realização imediata de concurso público, lembrando que, em 2014, a PM tinha 15,3 mil policiais na ativa, enquanto hoje só tem cerca de 7,7 mil.

Também o presidente do Conselho de Segurança de Águas Claras, coronel Jair Tedeschi, ex-secretário de Segurança Pública, apontou a falta de comunicação com a corporação como um dos principais problemas das mudanças adotadas na gestão da Polícia Militar. Disse que reconhecia a busca de racionalização do sistema. “Mas os comandantes da PM perderam poder nesse tipo de contato”, ponderou.

Depois das manifestações dos representantes das corporações, vários integrantes dos conselhos de segurança cobraram medidas efetivas para a redução do número crescente de assaltos em todo o DF. Eles manifestaram apoio à realização de concurso público, para aumentar o efetivo do policiais militares, e alguns disseram que as medidas implementadas são “paliativas”.

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