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Polícia Civil volta à carga, põe pressão e promete dar mais dores de cabeça a Rollemberg

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Felipe Meirelles

Não será fácil a missão de Rodrigo Rollemberg de transmitir à sociedade brasiliense a sensação de que há segurança na capital da República. O maior obstáculo não está apenas no crescente índice de criminalidade – roubos e furtos a residências, em especial – mas na própria estrutura da segurança pública. O caos reina, afirmam os policiais civis. E medidas paliativas, avaliam, não corrigirão as muitas falhas existentes.

A situação de penúria em que se encontra a Polícia Civil volta mais uma vez ao noticiário. Nesta quinta-feira, 21, o Sinpol – sindicato que reúne o grosso da Instituição – fará uma manifestação na porta do Palácio do Buriti, cobrando providências. Uma delas é a promessa não cumprida de Rollemberg, de promover um encontro da categoria com a equipe do Ministério do Planejamento, para tratar da recuperação das perdas salariais.

Em uma reunião no dia 6, lembra o Sinpol, da qual também participaram os deputados distritais Cláudio Abrantes (Rede) e Wasny de Roure (PT), o governador voltou a ser cobrado do envio de mensagem à União garantindo aos policiais civis o reajuste salarial proposto pelo Ministério do Planejamento às carreiras típicas de Estado, entre elas a Polícia Federal.

Naquela ocasião, relata Rodrigo Gaúcho Franco, presidente do Sinpol, Rollemberg não só garantiu ter “vontade política” para atender à reivindicação, como prometeu que agendaria uma reunião para discutir a questão. Porém – e é isso que atormenta a categoria -, embora tenha prometido dar retorno em uma semana, não há nenhuma confirmação até agora sobre a data do encontro.

– Rodrigo Rollemberg é o único governador da história do Distrito Federal que não enviou aquele documento. Foi por causa dessa ameaça a uma conquista histórica da categoria, bem como do claro descaso com os policiais civis, que deflagramos uma greve por 22 dias em setembro de 2015”, advertiu Rodrigo Gaúcho Franco.

Gaúcho recorda que o próprio Rollemberg reuniu-se com o Sindicato com o objetivo de negociar o fim do movimento paredista. “O governador disse ser favorável à isonomia com a Polícia Federal. Ele evitou, assim, qualquer compromisso formal alegando as dificuldades financeiras pelas quais o GDF passa. Essas dificuldades, contudo, não impediram a nomeação, já nos primeiros dias deste ano, de milhares de servidores em outras áreas, mostrando descaso com a segurança pública, pois é notória, pela quantidade de crimes estampada diariamente nos jornais, a necessidade de recomposição da Polícia Civil do DF”, pontuou o sindicalista.

Com ares de poucos amigos (a nível de governo, não no seio policial – Gaúcho enfatiza haver “uma grande expectativa de todos os policiais civis do Distrito Federal por uma resposta do Buriti”, lembrando, a propósito, que a carreira de policial civil é a única que não foi reestruturada. Além disso, acrescenta, os policiais vêm acumulando perdas históricas que elevam a defasagem salarial.

O ano que se inicia, segundo o Sinpol, promete ser de lutas, mobilizações e paralisações, para forçar o Palácio do Buriti a honrar os compromissos assumidos publicamente.  O primeiro sinal de insatisfação será dado nesta quinta. No ano passado, Gaúcho fechou as portas de uma delegacia, argumentando que o próprio policial não tinha segurança, em função do baixo efetivo. Foi uma cena marcante, que colocou Rollemberg contra a parede. Agora, a confirmar-se as ameaças dos policiais, ele vai precisar não apenas de uma psicóloga, mas também de um confortável divã como antídoto para as dores de cabeça que virão pela frente.

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