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Relíquias eleitorais mostram que já não se pede voto como antigamente

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Logo a telinha do televisor será tomada pela propaganda política eleitoral. No rádio, a mesma coisa. E nas ruas, cavaletes, outdoors e panfletos vão tomar o lugar da natureza. É a campanha eleitoral nas ruas, hoje totalmente diferente do passado.

É o que mostra reportagem do Terra, indicando que uma casa escondida na zona norte do Rio de Janeiro, mais especificamente no bairro de Piedade, guarda relíquias que, se não são tesouros ultravaliosos, têm um valor simbólico importante para contar a histórica da propaganda eleitoral no Brasil desde os tempos do Império.

O dono deste vasto acervo é Fernando França, um ex-professor de Biologia que há cerca de duas décadas trocou as salas de aula pela vida de colecionador. Entre álbuns de figurinhas, revistas, e todo o tipo de antiquário, França é dono de uma coleção que explica de forma cronológica como os políticos pediram votos no País ao longo dos últimos três séculos.

“Aqui você vai encontrar a história da propaganda eleitoral brasileira”, diz, ao abrir as portas de um dos cômodos – totalmente decorado, com exclusividade, com camisetas, chaveiros, lápis, banners, enfim, tudo o que o político brasileiro já fez em termos de marketing para ganhar votos e vencer eleições.

“Esse material todo fica em caixas, mas tirei tudo e coloquei para vocês terem uma ideia de quanta coisa já foi produzida”, conta ele, que ainda possui títulos eleitorais e imagens de políticos de épocas passadas, como Getúlio Vargas, que costumava, por exemplo, carimbar notas de baixo valor e entregar para os eleitores.

“Eram notas de menor valor, que circulavam pelo povão”, explica, ao mostrar a nota de 1 cruzeiro. Atualmente, seguindo determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nenhum político é mais autorizado a dar brindes aos possíveis eleitores como forma de conquistar o voto – a fim de que a disputa seja mais justa, uma vez que políticos com maior cacife poderiam ter vantagem neste sentido.

“Antigamente, as campanhas eram feitas ao redor das paróquias”, recorda, já posicionando a imagem de um santo com um carimbo de um candidato atrás. “Eles carimbavam o nome atrás e entregavam para os eleitores, daí vem o nome”, explica ainda. Santinho, popularmente, tornou-se todo e qualquer panfleto de candidato, geralmente com sua imagem e propostas de governo.

Entre suas preciosidades, ou seja, artigos raros entre colecionadores, ele destaca a “vassoricilina”. “Alguns políticos queriam ‘varrer’ a corrupção do País”, conta, já citando o ex-presidente da República Jânio Quadros. “Então ele criou esse kit aqui”, mostra. Dentro da ampola, uma vassoura, lembrando o velho slogan do “varre, vassourinha”.

“Em alguns casos, como na época do plano Real, alguns políticos criaram cofrinhos para dar aos eleitores”, diz ainda, mostrando também uma moeda com o nome de Fernando Henrique Cardozo, candidato a presidente logo após o lançamento do plano que estabilizou a economia do País.

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