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Seleção masculina decepciona na estreia e fica apenas no 0 a 0 com a África do Sul

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Bartô Granja, Edição

De nada adiantou o Estádio Mané Garrincha lotado. Nesta quinta, 4, na estreia nas Olimpíadas Rio-2016, em Brasília, a seleção masculina de futebol não passou de um 0 a 0 contra um adversário teoricamente fraco – a África do Sul.

Ao contrário do que muita gente esperava, os sul-africanos jogaram em igualdade de condições, e só receberam pressão nos minutos finais do jogo, quando o Brasil partiu para cima, mas sem qualquer estratégia que levasse a bola ao fundo das redes.

Absolutamente frustrante, o resultado deixa o Grupo A em aberto, já que Iraque e Dinamarca também ficaram no empate sem gols. A seleção volta a jogar no próximo domingo, também em Brasília, diante dos iraquianos.

A seleção brasileira já terminou o primeiro tempo vaiada por parte dos torcedores. Uma parte pequena, e a vaia acabou sendo tímida e curta, ofuscada por aplausos. Mas a frustração, medida pelo pouco entusiasmo do torcedor durante quase toda a primeira etapa se justificava.

Criou-se grande expectativa sobre o desempenho da seleção, pelo talento da garotada liderada por Neymar, pela proposta ofensiva do técnico Rogério Micale e pelo otimismo fruto dos bons resultados dos intensos treinamentos.

Uma das máximas do futebol, no entanto, diz que treino é treino e jogo é jogo. E ela pôde ser usada nesta quinta. A África do Sul foi ao gramado com uma proposta bem simples para conter o time brasileiro: se armou com duas linhas de quatro e dois homens mais adiantados, mas todos posicionamento num pequeno espaço.

Assim, encurtou o campo, e o congestionou. Deixava a seleção brasileira tocar a bola, mas não abria espaços para que Neymar e companhia pudesse ameaçar com intensidade o goleiro Khune. Propôs ao Brasil um jogo de paciência, dificultado pela ansiedade que talvez o fato de ser a estreia justifique.

O Brasil não conseguia se movimentar – Neymar estava muito estático pela esquerda, de onde tentava jogadas individuais, normalmente infrutíferas -, não chegava em arrancadas e as tabelas, muito vistas nos treinos, saíam vez ou outra.

Jogadas em profundidade, pelo meio ou pelos lados, também não foram muitas. Numa delas, Gabriel Barbosa lançou Gabriel Jesus, que não alcançou a bola.

Assim, fora um chute de Felipe Anderson de fora da área que passou rente à trave, as melhores chances do Brasil foram em duas chutes de Neymar da entrada da área, que Khune desviou para escanteio. No segundo deles, aos 40 minutos, o craque pediu o apoio da torcida, que incentivou por breve tempo.

A África do Sul, a rigor, apesar de ter finalizado numericamente menos, foi mais perigosa, em lances em que o bom toque de bola do time pôde ser observado, mas em que a defesa brasileira, sobretudo os zagueiros de área, vacilou.

O segundo tempo começou ainda pior para a seleção brasileira. Os sul-africanos, confiantes, se soltaram um pouco. A seleção acusou essa maior dificuldade. Perdia bolas seguidas, errava muitos passes e mostrava descontrole, como no lance em que Gabriel Barbosa e Zeca se atrapalharam, e mais uma bola foi perdida.

O time não produzia em campo, a torcida se irritava nas arquibancadas. Ensaiava as primeiras vaias, quando aos 14 minutos Mvala, que instantes antes havia recebido cartão amarelo, fez falta duríssima em Zeca e foi expulso.

Imediatamente, Micale apelou para o seu plano B, a única alternativa que treinara durante a preparação: colocou o time no 4-2-4, ao trocar Felipe Anderson por Luan. Minutos depois, para tentar dar mais fôlego e poder de marcação, tirou Renato Augusto (jogou mal e saiu bastante vaiado) e pôs Rafinha em campo.

O time se lançou. E se animou. Teve chances com Gabriel Barbosa e Neymar, mas a melhor delas foi num cruzamento de Luan em que a bola passou por Gabigol e Gabriel Jesus, sem goleiro, acertou a trave.

No entanto, os lances serviram para animar a torcida, que passou a incentivar. Enfim, a seleção havia acordado. O gol, porém, não saía. Os zagueiros sul-africanos estavam quase perfeitos nos desarmes e nas bolas pelo alto e, quando eram superados, o goleiro Khune segurava tudo.

À beira do campo, Micale se desesperava, gritava, incentivava, mas também reclamava – chegou a ser advertido pelo juiz. E, algo normal nesses ocasiões, a pressa e a ansiedade bateram. Com o jogo se aproximando do final, as jogadas já não eram mais trabalhadas. A seleção, é verdade, tentou até o fim. Restou, porém, a decepção do empate na estreia, e o consolo de que foi apenas a estreia.

 

 

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