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Mamografia

Tomossíntese, o melhor caminho para achar o câncer

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O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo, perdendo apenas para o de pele não-melanoma. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 58 mil novos casos devem ocorrer em 2016. Com o objetivo de alertar para a doença e para a importância do diagnóstico precoce, o movimento internacionalmente conhecido como “Outubro Rosa” vem ganhando cada vez mais adesão de diversos segmentos da sociedade.

“É provável que uma em cada nove ou dez mulheres receba esse diagnóstico se viver até os 90 anos”, alertam os oncologistas Daniele Assad e Carlos dos Anjos, do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês — Unidade Brasília. De acordo com eles, o câncer consiste em uma proliferação descontrolada de células que eram anteriormente normais, em um processo decorrente de mutações no DNA.

“Entre os tipos mais comuns de câncer infiltrante estão o carcinoma ductal e o carcinoma lobular. O primeiro surge dos ductos mamários, estruturas que transportam o leite do local de produção até o mamilo. E o segundo, dos lóbulos mamários, local de produção do leite”, explicam.

Outro fator que preocupa os especialistas é o alto índice de mortes decorrentes da doença: dados do INCA apontam que esse é o tipo de câncer que mais leva as brasileiras a óbito. “Isso se deve ao grande número de novos casos, ao diagnóstico tardio causado pelo rastreamento inapropriado. Em países onde o rastreamento foi adequadamente implementado, como nos Estados Unidos, nota-se uma queda da mortalidade desta doença ao longo das últimas décadas”, explica Daniele. O atraso no início do tratamento e o difícil acesso à terapia multimodal (quimioterapia, radioterapia, terapia-alvo) também podem ser apontados como possíveis causas de piora dos prognósticos.

Apesar de ser uma doença muito mais comum em mulheres, uma pequena parcela dos homens também desenvolve o câncer de mama. “Os casos em homens ocorrem com frequência de 50 a 100 vezes menor que a observada em mulheres”, explica Carlos dos Anjos. De acordo com o oncologista, o aumento da exposição a estrogênios ao longo da vida aumenta o risco de desenvolvimento de câncer de mama. Isto também é uma verdade para homens. “Aqueles que apresentam aumento da exposição a estrogênios por diversos fatores (reposição hormonal, insuficiência hepática, obesidade, uso de maconha, entre outros) terão o risco de câncer de mama aumentado”, alerta.

Autoexame – Um dos principais alertas da campanha “Outubro Rosa” é para a importância do diagnóstico precoce, que pode ajudar a mudar os altos índices de mortes provocados pela doença. “Sem dúvida alguma, o diagnóstico precoce pode impactar nas estatísticas de mortalidade. Há uma forte correlação entre o volume da doença inicial, diagnóstico e o desfecho, morte ou recaída da doença. Isso é o que chamamos de estadiamento inicial. Quanto mais cedo ocorrer o diagnóstico, maior a chance de cura”, aponta Carlos.

As mulheres que têm mais de 40 anos devem estar ainda mais atentas. “O simples envelhecimento é um fator de risco para o desenvolvimento do câncer de mama. Mesmo nos países onde os exames complementares são mais acessíveis, o rastreamento inicia-se apenas aos 40 anos. Porém, esta recomendação deve ser ajustada para pacientes que tenham no histórico familiar um fator de risco para câncer de mama”, afirma o oncologista.

O autoexame, apesar de ter um papel secundário no diagnóstico precoce, deve ser considerado. “Não desencorajamos a realização do autoexame, mas ele definitivamente não substitui a consulta, avaliação médica e os exames complementares”, alerta a oncologista Daniele Assad. De acordo com a médica, “o autoexame da mama, deve ser feito aproximadamente no sétimo dia após o início da menstruação, momento no qual a mama está menos inchada e dolorida, facilitando o procedimento. Deve-se procurar por assimetrias importantes, imagens de nodulações, alterações cutâneas ou saída de secreção pelo mamilo”.

Diagnóstico e tratamento – A tecnologia tem sido uma grande aliada, tanto na descoberta do câncer quanto no combate à doença. A tomossíntese mamária, também conhecida como mamografia 3D é um exemplo disso. Estudos têm demonstrado que o uso combinado da tomossíntese com a mamografia 2D tem aumentado as taxas de detecção de câncer.

“Esta tecnologia minimiza os efeitos da sobreposição do tecido mamário e fornece melhor detalhamento de achados mamográficos não calcificados. O câncer de mama pode se apresentar de diferentes formas. Por exemplo, a distorção arquitetural tem um valor preditivo positivo para câncer de aproximadamente 60%. É um achado frequentemente melhor identificado pela tomossíntese. A caracterização de massas quanto à sua forma e margens também é melhor realizada pela tomossíntese”, explica a radiologista especialista em mamografia do Centro de Diagnósticos do Hospital Sírio-Libanês — Unidade Brasília, Ana Cecília Scultori. Ainda de acordo com ela, essa nova tecnologia também beneficia os pacientes em outros aspectos.

“A tomossíntese possibilita uma melhor visualização do tecido mamário, com o potencial de reduzir o número de reconvocações de pacientes (fator que freqüentemente gera ansiedade nos pacientes), e de melhorar a seleção de pacientes candidatas à biópsia”, afirma.

Esteja atenta aos fatores de risco:

• Peso – Estar acima do peso aumenta o risco de desenvolvimento de câncer de mama em até 30%, especialmente em mulheres pós-menopausa;

• Exposição estrogênica ao longo da vida – Quanto maior a exposição a estrogênios ao longo da vida, maior o risco de desenvolver câncer de mama. Esta variável pode ser influenciada por idade de início dos ciclos menstruais (quanto mais precoce maior o risco); idade da menopausa (quanto mais tarde maior o risco); número de filhos (quanto maior o número menor o risco); período de amamentação dos filhos (quanto maior o período menor o risco); reposição hormonal (quanto maior o período de reposição, maior o risco); entre outros;

• Histórico familiar – Ter parentes com histórico de câncer de mama e/ou ovário, sobretudo parentes de primeiro grau, aumenta o risco de desenvolvimento de câncer de mama. Quanto maior o número de parentes portadores da doença, maior o risco. Quando há um número grande de familiares com estes diagnósticos (mama/ovário) e especialmente se a doença ocorreu em fases precoces da vida (abaixo dos 50 anos) é recomendado aconselhamento genético à família, que verifica a probabilidade de uma doença genética ocorrer;

• Hábitos de vida – Sedentarismo, grande ingestão de bebida alcoólica e tabagismo são fatores que incrementam o risco de surgimento de câncer de mama.

Boa parte das variáveis que aumentam risco de câncer de mama não são modificáveis, ou são de difícil modificação. No entanto, alguns hábitos, como estar dentro do peso, praticar atividade física regular, se alimentar adequadamente, não fumar e não ingerir bebida alcóolica em excesso, podem ajudar na prevenção.

Certos alimentos podem prevenir ou desacelerar o crescimento dos tumores. Pesquisas mostraram que se enquadram nessa categoria os seguintes produtos: vegetais verdes (couve, rúcula, brócolis, agrião etc), frutas vermelhas e roxas (framboesa, mirtilo, morango, açaí, romã, etc), vegetais e frutas alaranjados e vermelhos (mamão, laranja, pêssego, damasco, cenoura, tomate, abóbora, pimentão, etc), especiarias (curcumina, pimenta do reino), chá verde, azeite de oliva, nozes, abacate e limão.

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