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Assessora que descrê de Deus tem o emprego ameaçado

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Um vereador de Antônio Prado, na serra gaúcha, pediu a exoneração da assessora de imprensa da Câmara Municipal alegando que ela “não acredita em Deus”. Na sessão do dia 4 de fevereiro, Alex Dotti (PMDB) recomendou à Mesa Diretora que demita a assessora Renata Helena Ghiggi, que, segundo o vereador “faz questão de colocar nas redes sociais e falar aos quatros ventos que Deus não existe”.

“Para mim, ela é a voz da Câmara de Vereadores, e acho que isso, numa cidade onde todos nós fomos eleitos com mais de 98% dos votos e a maioria tem uma religião e acredita em Deus, eu acredito que não pega bem, e acho que é muito errado pronunciar-se contra Deus”, disse o vereador.

“Eu peço a exoneração da assessora de imprensa e a troca urgente, porque a Câmara de Vereadores e a cidade de Antônio Prado é uma cidade de fé. É isso que eu penso, e eu acredito que, quem não acredita em Deus, pode não acreditar, mas não deve divulgar, representando uma entidade como a Câmara de Vereadores.”

O vereador também disse que, na cidade, “até o vigário fez campanha aberta para o PT”. “Então não acredito que possa existir agora alguém contratado pelo PT que seja contra Deus, que não acredite em Deus e divulgue isso para todo mundo. Acredito que está errado.”

A assessora, que estava acompanhando a sessão, disse que recebeu com surpresa as acusações de Dotti. “Eu fiquei chocada, não pensei que ele fosse trazer uma coisa dessas para a sessão”, disse Renata. Segundo ela, o desentendimento com o vereador ocorreu após ela postar, em janeiro, uma mensagem em seu perfil pessoal do Facebook. “Não escondo de ninguém que sou ateia. Questionei uma reportagem em que o apresentador dizia que um menino foi salvo por deus. Então começou um debate entre meus amigos, em alto nível, até que o vereador chegou xingando as pessoas, baixando o nível.”

Segundo Renata, no ano passado, ela chegou a tirar um crucifixo do plenário, mas o objeto foi recolocado sem mais explicações. “Na época, eu estava trabalhando com crianças, falando sobre política com elas. Como ia falar do crucifixo na Casa do Povo?”, questiona.

A sessão de 4 de fevereiro foi a primeira do ano legislativo. Até a ata ser lida, aprovada por todos os vereadores e divulgada pela Câmara, foram mais duas sessões. Após o processo, a Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea) foi informada da situação e ingressou com uma representação no Ministério Público do Rio Grande do Sul para que os fatos fossem apurados.

De acordo com a assessora, o pedido de exoneração foi descartado. “Espero que, com este episódio, as pessoas comecem a ter um pouco mais de memória para votar nas próximas eleições”, disse Renata.

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